Falar sobre riscos do lançamento de um produto ou uma melhoria é sempre um assunto polêmico e pouco explorado. Mas, por outro lado, seria muito bom se soubéssemos que o projeto pode não ser viável antes do lançamento, certo?
É pensando nessa questão que escrevo o texto de hoje: para demonstrar como identificar e tratar os riscos deve estar sempre no radar da gestão de um produto.
Quando pensar em riscos?
Um passo muito importante na criação de um produto é o ponto de descoberta e avaliação se o que será criado terá um valor positivo no mercado e está caminhando no sentido certo.
Neste estágio, difundido pelo nome de product discovery, avaliamos 4 grandes grupos relacionadas a riscos, são eles:
Risco de Valor
O risco de valor busca responder se o cliente em potencial irá comprar a sua solução.
Este é considerado o risco mais importante a ser avaliado, visto que ajuda a entender se o produto terá um retorno monetário para a empresa. Esta análise conseguirá responder se a proposta de produto valerá o esforço necessário para o seu desenvolvimento.
Risco de Usabilidade
Aqui, respondemos se o cliente irá conseguir utilizar o produto, se sua usabilidade faz sentido e facilita a sua vida. Vamos avaliar também se as funcionalidades que estamos propondo serão de fácil uso e entendimento. Vale verificar ainda se não teremos algum ponto de dor que afete o seu processo.
Risco de Execução
No risco de execução, ou realização, queremos entender se temos capacidade técnica para desenvolver a solução. Entre os quesitos investigados estão se toda tecnologia necessária para sua criação está ao nosso alcance, se contamos com pessoas capacitadas e as habilidades essenciais. Lembrar de conferir se o tempo necessário para entregar algo é viável é outro critério relevante nesse momento.
Risco de Negócio
Neste ponto, queremos entender se a solução está alinhada com o negócio da empresa. O produto pode ter um grande potencial, mas se não for funcional para o caminho que a empresa quer seguir, não deve ser executado.
Como começar
Tenha bem definido o problema a ser explorado
Aqui é o ponto mais óbvio. Tudo precisa de um início bem definido. No nosso caso é um problema ou uma solução, uma hipótese extraída de alguma ideia que você teve ou foi relatada por alguém. Com o conceito claro podemos partir para o próximo nível.
Entenda o seu valor
Este é o momento que aprofundamos as análises dos riscos. mais precisamente, no risco de valor. Neste caso, é importante saber que existem algumas técnicas para direcionar a coleta de dados, que podem ser divididas em dois segmentos: quantitativo e qualitativo.
No qualitativo podemos entrevistar possíveis consumidores para entender se a solução para o problema os auxiliaria no dia a dia e estariam dispostos a pagar pelo serviço.
Já no quantitativo buscamos dados, como o próprio nome diz, com uma quantidade maior de resultados para justificar estatisticamente a viabilidade da nossa proposta.
Faça um experimento
Realize um mapeamento das principais funcionalidades que a solução precisa ter. Tente entender quais os motivos vão levar as pessoas a utilizar o que você oferece. Podemos aplicar diversas técnicas para levantar esses pontos, aqui eu comento um pouco sobre elas.
O mais importante é entender se o problema realmente existe para o usuário, se já existe algo no mercado capaz de suprir essa necessidade, se existem pessoas dispostas a investir para usar a solução, por exemplo.
Após estudar se existe mercado para o seu produto um ótimo caminho a seguir é o da prototipação. Ou seja, vale testar se um produto vale o esforço de ser executado. Nesta fase, defina a mínima parte viável do produto que já fará sentido a um usuário, trabalhe nela, apresente para possíveis usuários e avalie se a solução conseguiu realizar a tarefa proposta ou se teve algum impedimento.
Aprenda com o progresso
Bom, até aqui já passamos por uma etapa de entendimento do que pretendemos desenvolver, já avaliamos com nosso público-alvo se teremos um retorno financeiro e já realizamos testes de usabilidade.
Com esses dados em mãos precisamos colocá-los em discussão com as partes envolvidas e stakeholders. O objetivo é apresentar o que coletamos, receber sugestões e avaliar possíveis contradições de opiniões pré-formadas que podem surgir.
Tome uma decisão
Agora sim, hora de tomar uma decisão! Vamos seguir em frente ou descartar a ideia?
Essa resposta os dados coletados te darão. Portanto se a resposta para a maioria dos riscos for positiva (e, tivermos um plano de ação para ajustar as negativas), chegou a hora de planejar e desenvolver seu projeto! E sobre esse ponto eu comento neste outro texto 🙂
E chegamos ao fim de mais um texto. 🙂
Percebeu o valor que a avaliação de riscos pode ter para o seu negócio?
Ficou com alguma dúvida, quer compreender um pouco mais sobre o assunto ou apenas bater um papo? Deixa um comentário ou me chama no LinkedIn e vamos conversar para ver como posso te ajudar 🙂